Companhia de Dança

Em 1971 enquanto o Teatro Oficina, o Teatro de Arena o Cinema e a Música Popular eram amordaçados pela censura da ditadura militar, não podendo manifestar-se, o Stagium recusa o colonialismo e a alienação de então, e decide trilhar seu destino, percorre um caminho diferente daquele que havia pautado a dança no Brasil impondo-se como a mais gratificante experiência no gênero. Em suas criações utiliza vertentes universais da dança com aspectos tipicamente brasileiros, conquistando um vasto público em todo país, público esse até então avesso às manifestações coreográficas.

O Stagium desde sua criação desenvolve produções adaptáveis aos mais diversos tipos de espaços permitindo assim apresentações em Pátios de Escolas Públicas das periferias dos grandes centros, Favelas, Igrejas, Praias, Hospitais, Estações de Metrô, em um palco flutuante armado no lago do Ibirapuera, em Presídios, nas unidades da Febem, no chão batido das terras indígenas (posto Leonardo, Alto Xingu), num convés da Barca Juarez Távora durante 15 dias no Rio São Francisco.

Seus diretores Marika Gidali e Décio Otero trabalharam entre 1974 e 2021 em um grande estúdio na rua Augusta, em São Paulo, desenvolvendo um programa de pesquisas em várias linguagens de dança. Desde 2022, a sede da companhia está localizada no Complexo Cultural Funarte SP. Frequentemente, artistas de vários segmentos da cultura nacional ministraram e ministram palestras e conferencias à companhia. Entre tantos artistas podemos citar: Maria Bonomi (artes plásticas), Ademar Guerra (diretor teatral), Maurício Kubrusly (música popular), Helena Katz (história da dança), Cássia Navas (história da dança), Cacilda Lanuzza (antropologia), Marilena Ansaldi (teatro-dança), Leda Alves (cultura popular), Paulo Herculano (músico) Oswaldo mendes (teatro) e Márcio Tadeu (cenografia e figurinos).

O Ballet Stagium foi a primeira companhia nacional a utilizar trilhas sonoras da MPB, usando músicas de Pixinguinha, Waldir Azevedo, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Lamartine Babo, Ari Barroso, Lina Pesce, Cartola e muitos outros. Vários outros compositores criaram partituras originais para o Stagium, entre eles grandes personalidades como Milton Nascimento, (Missa dos Quilombos), Egberto Gismonti (Pantanal), Wiliam Sena (O Homem do Madeiro), Aylton Escobar (Quebradas do Mundaréu), André Abujamra (Shamain) e Marcelo Petragli (Luminescência).

Documentário

Assista ao documentário sobre o Stagium que a TV Cultura produziu em 2016, quando a companhia tinha completado 45 anos de existência: