Decio Otero, diretor do Ballet Stagium. Foto: Edouard Fraipont
Decio Otero, diretor do Ballet Stagium. Foto: Edouard Fraipont

Décio Otero

Fundador e diretor do Ballet Stagium

Bailarina húngara, radicada no Brasil. Iniciou seus estudos de dança em São Paulo, com o professor Serge Murchatovsky, na escola Carmem Brandão. Atuou como bailarina no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Ballet do Teatro Cultura Artística e no Ballet IV Centenário. Na área da educação e inclusão social, coordenou atividades de dança nas unidades da antiga Febem (hoje Fundação Casa) e, atualmente, atua no Projeto Joaninha. Também é responsável pelos projetos Dança a Serviço da Educação; Stagium vai às Escolas; Escolas Vão ao Teatro e Professor Criativo – curso dirigido a professores da rede pública de ensino do estado de São Paulo. Gidali trabalhou em espetáculos teatrais como coreógrafa e assistente de direção, atuando ao lado de importantes nomes da cena brasileira, como Ademar Guerra, Flávio Rangel, Silney Siqueira e Oswaldo Mendes. É ganhadora do Prêmio Cultural Blue Life, como uma das mulheres de destaque, e da Medalha de Ordem do Rio Branco, por sua contribuição à cultura brasileira. Ganhou o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura e Arte, edição 2005; o Ilanud-Unicef (Prêmio Sócio-Educando); o Prêmio UNESCO (Mérito Artístico); o Mérito Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e o APCA, na categoria Grande Prêmio da Crítica, entre outros.

Marika Gidali nasceu em Budapeste, Hungria, em uma família judia em 1937, dois anos antes do início da Segunda Guerra Mundial. Chegou a ser separada dos pais durante o regime nazista, mas conseguiu reencontrá-los. Depois do conflito, em 1947, a família se mudou para o Brasil, já que uma tia de Marika já morava no país.

No Brasil, iniciou seus estudos de dança em São Paulo, com o professor Serge Murchatovsky, na escola de Carmem Brandão. Em 1953, ingressou no Ballet do IV Centenário de São Paulo, onde trabalhou com Aurell Millos. Em 1956, passou a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo dançado obras de Vaslav Veltchek, Leonide Massine, Tatiana Leskova, Denis Gray e Igor Schetzof. Em 1957, retornou à São Paulo, ingressando no Ballet do Teatro Cultura Artística. Em 1961, fundou sua primeira escola de ballet. Em 1964, participou do Festival Internacional de Dança da Cidade de Colônia, na Alemanha.

Entre 1960 e 1970, dançou na inuguração dos principais canais de TV do Estado de São Paulo, 
trabalhou em musicais e nos mais importantes programas de TV do Rio de Janeiro e de São Paulo, na qualidade de bailarina e coreógrafa. Dançou com Marlene Dietrich na TV Record de São Paulo. Fundou e dirigiu vários grupos independentes de balé em São Paulo. 
Dançou e realizou coreografias para vários filmes musicais nacionais. 
Em 1969, funda o Ballet Afirmação com Ismael Guiser e Ady Addor.

No primeiro semestre de 1971 realizou, juntamente com Décio Otero, uma extensa programação semanal de dança didática na TV Cultura de São Paulo com a participação dos coreógrafos 
Renée Gumiel, Marilena Ansaldi, 
Ruth Rachou, 
Gerry Maretzky,
 Ismael Guiser, Clarisse Abujamra. Os programas contaram ainda com os apresentadores Armando Bogus, 
Sérgio Viotti, Eva Wilma, Karin Rodrigues e  Maria Izabel de Lisandra e com os atores Nuno Leal Maia e Araci Balabanian
. O diretor teatral da iniciativa foi Ademar Guerra.

Em outubro de 1971, fundou o Ballet Stagium com Décio Otero. Entre 
1972 e 1995, dançou as principais obras da companhia, como 
DiadorimDona Maria PrimeiraNavalha na CarneDança das CabeçasMissa dos QuilombosAnjos da PraçaHolocaustoLuminescênciaDas Terras de Benvirá e Marie Farrar.

Nos anos de 1991, 1992 e 1993 participou do projeto Preservação do Patrimônio a convite da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), realizado em escolas municipais e estaduais.

Entre 1994 e 1995, realizou o Projeto Escola Stagium, levando mais de 80.000 crianças e adolescentes das escolas periféricas aos seus espetáculos.

Em 1999, foi convidada pelo governador Mário Covas, por meio da Secretaria da Cultura de São Paulo, na gestão de Marcos Mendonça, para coordenar todas as atividades de dança nas unidades da antiga Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa. Para essas unidades idealiza a Aula-Espetáculo junto aos professores de dança de rua, leva aos adolescentes da Febem, com grande sucesso, o espetáculo Coisas do Brasil do repertório do Ballet Stagium.

Em 2000, por meio do Prêmio Sócio Educando (Ilanud -Unicef), viaja ao Canada, com Décio Otero, para visitar e pesquisar o sistema judiciário e carcerário dos jovens infratores daquele país. Naquele mesmo ano, fundou o Projeto Joaninha (que atende gratuitamente crianças estudantes do Ensino Fundamental e Médio das escolas periféricas de São Paulo), utilizando a dança como ferramenta de integração social.

Depois, passou a coordenar todas as atividades de dança na Febem incluindo, além da dança de rua, o Projeto Capoeira e dança do ventre para as unidades femininas. Das mãos do governador Geraldo Alckmin, recebeu o importante prêmio Moinho Santista. Foi a primeira vez que esse reconhecimento foi concedido a uma personalidade da dança brasileira.

Em 2004, coordenou e dirigiu o evento Como Se Fora Brincadeira de Roda, para a abertura do Fórum Internacional da Educação, realizado em abril, no Sambódromo de São Paulo. O evento contou com a participação do Projeto Joaninha, que levou mais duas mil crianças oriundas da periferia da cidade de São Paulo.

A vida e obra da bailarina está registrada no livro Marika Gidali, Singular e Plural, escrito por Décio Otero para a editora Senac. O trabalho de Marika Gidali é considerado de vital importância para o desenvolvimento da dança e da educação no Brasil.

Participação em Festivais Internacionais:
  • Paris (Festival Internacional de Lá Dance)
  • América do Norte (Festival de Dança da Cidade de Birmingham) 
  • México (Seis vezes no Festival Internacional de Artes Cênicas da Cidade de Guanajuato e da Cidade do México
  • Espanha (Festival Internacional de Cádiz e Vitória)
  • Hungria (Festival Internacional da Cidade de Budapeste)
  • Itália (Festival Internacional de Laqueia)
  • Suíça (Festival Acordanse em Lausanne)
  • Chile (Festival Internacional da Cidade de Temuco)
  • Cuba (Festival Internacional de Havana)
  • Taiwan – (Festival Internacional de Dança de Taipei)
  • Em 1992, a convite da Fundação Japão, realiza viagem cultural àquele país visitando várias cidades, teatros e companhias de dança clássica e tradicionais
Trabalhos realizados em teatro como coreógrafa e assistente de direção

Com Ademar guerra:

Oh! Que Dekícia de Guerra, Hair, Marat-Sade, O Burguêz Fidalgo, Lulu, Revista do Henfil, Missa Leiga, Mahagony, América Hurra!, Saudade do Brazil (Musical com Elis Regina), Marie Farrar (Poema de B. Brecht), Capital Federal, (Flávio Rangel), Medéia (Silney Siqueira), Voltaire, Deus Me Livre e Guarde, direção de Marika Gidali e texto de Oswaldo mendes.

Em 1984, preside a Comissão Estadual de Dança de São Paulo

Prêmios
  • 1962 – Prêmio ACT (Melhor Bailarina)
  • 1968 – Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA (Melhor Coreógrafa Conjunto de Trabalho)
  • 1973 – APCA (Melhor Bailarina, com Diadorim)
  • 1974 – APCA (Melhor Coreógrafa de Teatro)
  • 1974 – APCA (Melhor Bailarina, com Dona Maria)
  • 1974 – Governador do Estado (Melhor Bailarina, com Dona Maria)
  • 1984 – Prêmio Pirandello (Melhor Bailarina)
  • 1985 – Prêmio Pirandello (Melhor Bailarina)
  • 1987 – Secretaria de Cultura S.P (Mérito Cultural)
  • 1988 – UNESCO (Mérito Artístico)
  • 1989 – Prêmio (Ordem do Rio Branco)
  • 1989 – Medalha de ouro Mérito Governo Montoro (Cultura nas Ruas) – Secretaria de Estado da Cultura
  • 1995 – APCA (Prêmio Conjunto de Trabalhos)
  • 2000 – Ilanud-Unicef (Prêmio Sócio Educando)
  • 2002 – Personalidade da Dança (Belém do Pará)
  • 2003 – Prêmio Moinho Santista Bunge (Personalidade da Dança)
  • 2004 – Prêmio Mulheres do Mercado (Casa de Cultura de Santo Amaro)
  • 2005 – Prêmio Jorge Amado
  • 2021 – APCA (Grande Prêmio da Crítica, para Décio Otero e Marika Gidali, pelos 50 anos do Ballet Stagium)

Marika ainda particiou de conferências e palestras em várias universidades, escolas, agremiações e unidades do Sesc de todo o país.